segunda-feira, 14 de outubro de 2013
MALUCA!
Uma garota de parar o corredor da faculdade, de causar inveja nas outras mulheres, cabelos avermelhados, olhos verdes incríveis, meia altura a silhueta de seu corpo hipnotiza qualquer marmanjo. Mas tem um porem... Ela é maluca, e estou correndo dela, saio pela porta de emergência em direção à rua, esquivando-me dos teus charmes graciosos cheios de malicia, dos seus laços firmes de pura má intenção, da sua vontade insaciável, esbarro nas pessoas da calçada, me aninhando no meio da multidão enquanto espero o sinal ficar verde para atravessar a rua. Os segundos intermináveis do sinal me matavam, olho entre os vãos das pessoas mal humoradas e vejo ao longe a maluca, correndo em minha direção. Sem tempo para pensar, e movido ao instinto de sobrevivência resolvo atravessar a rua movimentada. Desvio-me de uma moto, de um pequeno caminhão, mas não consegui atravessar, fui atropelado por uma carro e bato minha cabeça no capô. Fico meio desacordado, minha visão embaçada agora enxergam milhões de vagalumes que piscam sem cessar, sobrevoando sobre a luz do olhar da maluca. E os pequenos vagalumes seduzidos pelas chamas estariam dispostos a morrer? Acho que assim sou eu, seduzido na tentação errar, por causa de você. Quase desacordado, ali fiquei estirado no chão rodeado de curiosos que tiravam fotos, e ninguém me ajudava a escapar da doida que se aproximava.
Até que então me levanto cambaleando e roubo emprestado uma bicicleta de outro curioso e saio em disparada. Sinto-me como um pequeno animal sendo caçado pela mais forte da cadeia alimentar. Somente hoje, antes desta tragédia, foram mais de 59 ligações, 103 mensagens de texto iguais, e 26 mensagens de voz do tipo:
“– Eu quero você, I want you,Te quiero, Je veux que vous.”
Enquanto pedalo para longe, fico questionando o porquê daquela maluca esta me perseguindo? Eu já cansei de falar que já tenho uma mulher e não quero ter uma segunda.
Depois de certo tempo perco-a de vista, e resolvo entrar num pequeno boteco para me esconder. Aproximo do balcão para pedir um copo de gelo para colocar na minha cabeça que rodava no ar. Apoiando-me na cadeira rústica do bar, assisto o jornal, enquanto espero alguém para me atender. Ali eu fiquei assistindo o noticiário, antes do fim do bloco haveria a previsão do tempo. Quando fixo meus olhos para a TV, sinto um frio percorrer cada centímetro do meu corpo, meu coração parecia competir salto em distância, à apresentadora era a ruiva maluca! Eu não podia acreditar naquilo, agora quem deve estar louco sou eu, pensei. Resolvo acelerar a garçonete e grito para a mulher atrás de cortina da cozinha do bar:
- Por favor, o meu copo de gelo!
Então a mulher passa pela cortina e se aproxima do balcão, foi quando eu quase tive um enfarto, era impossível de acreditar... A garçonete era a MALUCA!
Caio da cadeira, mas levanto-me rapidamente e saio do bar em direção à avenida principal da cidade, e grito para um táxi parar quase pedindo “Pelo amor de Deus”.
Antes de entrar no táxi olho ao redor para ver se não estou sendo seguido. Aliviado sento-me no banco, encosto minha cabeça na janela e imagino estar seguro e então o motorista disse...
- Você esqueceu seu copo de Gelo!
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