sábado, 7 de maio de 2011

Desculpas para a calmaria


Havia passado pela rua 13 de maio.Eu estava injuriado. Sofrendo por aquilo que chamam de amor. Todo desleixado peguei meu skate e fui dar uma volta, um role. Sim, fui espairecer. Lembro-me que era véspera de junho de 1998. Remava pelas ruas, pulando pela calçada da cidade sem a devida preocupação e muito mesmo a educação. Não lembro ao certo por onde eu passava, e o que queria com tudo aquilo. Olhava para os lados frustrado. Via o comércio a mil, pessoas passando de um lado para o outro. Preocupadas com coisas’ que não tem valor algum. Nunca havia visto as ruas ficarem tão largas assim. E eu ainda caminhava procurando a solução. Seguia me esquivando de toda lembrança desconfortável, aquela que me preocupa e me deixa assim... Cansado, a procura da felicidade. Mesmo que seja falsa. O vento surrou um cartaz em meu rosto, um convite para uma festa. E antes dos ponteiros do relógio se casem, eu já estava pronto arrumado para a festa. Passei o dia todo com o celular desligado não queria ver ninguém próximo a mim. Queria um tempo sozinho... Longe de você. Por volta das 23h10min eu já estava andando pelo salão indo ao para o barzinho. Ouvia uma voz a me dizer para que não bebesse. Olhei para os lados e vi várias pessoas literalmente doidonas se permitindo, era notável ver o excesso de álcool até mesmo pelo ar. Aquilo me preocupava. Eu estava ruim, queria te esquecer nem que fosse por alguns minutos, nem que fosse só por uma noite. Quis encontrar a companhia num copo de bebida, uma atrás da outra. Ainda ouvia voz me dizendo para parar de beber. Já estava a beira e ainda continuava a beber cada vez mais. Sai, curtido uma, duas, três e não sei quantas eu estive aquela noite. Isto não me completava isto não me agregava valor algum, muito pelo contrário. Ninguém naquele lugar sabia o que estava fazendo muito mesmo eu. Sabia que não iria adiantar ficar assim, mas já estava envolvido. O mundo girava diante dos meus pés, o som era frenético alucinógeno, efeito do álcool ou outra droga qualquer de certo. Estava tonto esbarrando nas paredes até me sentar ao fundo do salão. A voz ainda estava em minha cabeça, dizendo para sair dali. Pensei estar ficando louco, deixei de lado e ainda continuava a beber e beber. Já não tendo equilíbrio para levar o copo à boca, eu parei. Encostei a cabeça na parede e fiquei olhando para a porta de entrada. Variei, Variei devo ter ido a marte e voltado,uma ou duas vezes. Já estava quase no final da noite e em um "fade" vejo uma mulher tão jovem de camiseta azul clara entrar na festa. Ela me olhava sorrindo, em veio em minha direção e o som ambiente se calou em meus ouvidos. Via as pessoas dançarem ao ritmo, mas eu não ouvia nada.Somente os passos da iluminada mulher. Eu não conseguia me mover, tentei mexer meus dedos em vão. Em segundos ela estava diante de mim, era de uma beleza tão magnífica que brilhava tanto quanto o sol. Pegou na minha mão, me olhou dentro dos olhos, a janela da alma. Olhava como se estivesse invadindo meu corpo e sentindo tudo o que sentia naquele momento, literalmente passeava em minha mente. Perdi o meu chão quando ela me abraçou sussurrando:
- Se acalme meu filho...



Eli Santos

Um comentário:

  1. como sempre lindas palavras!
    suas palavras prendem meus olhos a tela, não consigo parar de ler, e sempre quando chego ao final, me deparo com minha expressão fascinada, pelo que encontro aqui!
    beijinhos colloridos
    tenha um ótimo domingo

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