O sol ainda não tocava o céu. Somente via as nuvens corando em amarelo forte. Eu respirava lentamente, largado sobre a cama. Olhando as fotos de nosso mural fixado no teto. Estava uma manhã silenciosa e reservada demais. O ar contido no quarto estava gasto e morno, então resolvi abrir a janela. Não entendia o que começou a acontecer. Simplesmente me senti abraçado e envolvido de forma gentil, assim como você fazia. Mas infelizmente era o vento e a saudade pregando uma peça. Não conseguia parar mais de pensar. E não sabia ao certo o que estava acontecendo ali, já que se passaram as folhas do calendário desde então. Mas ainda me sinto tão bem, como se nada tivesse mudado entre nós. Refletindo por breves minutos, sorrindo. Peguei uma das flores que invadia meu quarto, fiquei admirado pela simplicidade dos contornos daquela flor amarela. Sou admirador das coisas simples, assim como você também é. Talvez eu tenha me apaixonado por isto.Você é como uma flor, muito bela e tão bem desenhada. O clima estava agradável lá fora. Quis me sentar na janela como de costume, uma perna dobrada e a outra balançando para frente e para trás. Esbanjando tranqüilidade. Assim fico ao telefone ouvindo sua voz. Sorrindo e com o relógio desligado (...)
Eli Santos
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