Acordo com os olhos entreabertos escutando barulhos em minha janela. Pareciam pedras se chocando na madeira velha da janela do meu quarto. Mas que raios alguém tacaria pedras em minha janela numa noite de segunda-feira? Pensei que poderia ser aqueles moleques fanfarrões do terceiro ano me atormentando de novo. Irritado olho para fora do quarto, e vejo minha vizinha acenando.
- Oto, psiu! Oto – Toda eufórica
Não conseguia pensar qual era o motivo para me chamar naquela hora, na verdade eu queria saber se realmente tinha um bom motivo. Irritado digo:
- O que você quer Júpiter? Tem ideia de horas são?
- AH deixa de ser ranzinza e medroso! Está a fim de beber?
- Você endoidou de novo? Para sua informação, somos menores de idade... E quem iria vender bebidas alcoólicas para crianças à noite?
- Eu assaltei compartimento secreto de bebidas do meu pai! E ai? Vamos?
Júpiter é uma garota linda, embora fosse louca a maior parte do tempo. Sempre me convida para fazer loucuras, nunca soube ao certo o porquê ela sempre me convida para sair. Cogitei a hipótese de ser bonito e interessante (Mas acho que não). A outra hipótese era de que ela só me convida para sair por que eu era o único garoto da escola que não tentou apalpar seus peitos, não sou homossexual, não que eu não queria apertar aquele lindo par de peitos... E que penso da seguinte forma, se você não pode ter algo por que se torturar? E como comer deliciosamente um pedaço de queijo, sabendo que é intolerante a lactose e que ficara o resto do dia com dores de barrigas no maior cagaço. Em outras palavras é mais fácil passar vontade. Mas acima de tudo eu sempre a respeitava, não só ela. Enquanto pensava fiquei olhando para ela por alguns minutos mais ainda sem responder. Quando irritada ela me acerta com uma bola de tênis:
- Cacete OTO! Vai ou não?
- Poxa, da pra esperar um pouco? Estou pensando...
Penso sobre aquelas histórias de filmes e livros juvenis, onde adolescentes fogem de casa em busca de uma aventura dos sonhos, romances proibidos. Fugindo para outra cidade junto com a garota dos sonhos, fugindo dos pais, enfrentando ladrões para salvar a garota amada. Vivendo eternamente apaixonado como se não houvesse o amanha. Então, eu nunca acreditei nisso, este provavelmente era outra hipótese pelo qual Júpiter me convidava sempre para sair. Mesmo eu sendo um adolescente de 15 anos, apensar de ser um garoto (Garotos normais também acreditam em aventuras e romances proibidos, paixões, cheios de emoção com a garota mais bonita da escola, contos de fadas nunca foram um particularidade das mulheres), Mas receio que eu não seja um garoto normal como sempre imaginei que fosse afinal eu não acreditava em contos de fadas, romances e aventuras e outras drogas. Como não acreditava, não criava expectativas, como não crio expectativas eu não me decepciono. Se não penso em romances e aventuras. Logo, Júpiter não tinha medo de ser apalpada. Logo penso em aceitar o convite.
- Desço em 5 minutos!
Coloco uma calça jeans surrada e uma camiseta do JUMANJI de cor preta, pego minha mochila e coloco um pacote de salgadinho, uma garrafa d’agua e uma caixa de chicletes. Desço as escadas torcendo para não fazer nenhum barulho. O foda é que a noite não se pode encostar a nada, pois um mínimo movimento brusco é o suficiente para fazer barulho de uma escola de samba toda Fudida! Meus pais ainda estavam dormindo, não perceberam que sai do quarto. Ando devagar em direção à porta quando sinto uma mão pousar em meu ombro.
- SANTO DEUS Júpiter o que esta fazendo aqui? Você me assustou.
Meu coração parecia queria sair do meu peito e correr uns cem metros rasos. Olhei para aqueles olhos escuros e brilhantes cor de jabuticaba.
- Você precisava ver a sua cara de menininha! – Rindo com a mão censurando o sorriso
- Filha da Mãe, como entrou aqui?
- Caramba OTO você é mesmo desligado, todos os dias você se esquece de trancar as portas dos fundos. Venha anda Logo!
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